sábado, 17 de dezembro de 2011

As Nadís


As nádís
O corpo é percorrido por uma infinidade de canais (nádí) que veiculam os alentos vitais (prána), isto é, a energia do corpo sutil que vivifica o corpo grosseiro.

Essas nádí são inumeráveis; contam-se em 72.000 segundo alguns textos, em 350.000 segundo outros (números simbólicos).

Desses milhares de nádí, setenta e duas são as principais, e dentre estas quatorze são levadas em consideração pelos yôgin.

Dentre essas quatorze, três têm uma importância capital: Idá, Pingalá e Sushumná. E dentre essas três, a "nádí suprema, bem-amada dos yôgin, é Sushumná, o canal central, que corre no interior do eixo cerebrospinal. De um lado e de outro de Sushumná estão: à esquerda Ida, a nádí lunar, simbolizada pelo branco pálido, e Pingalá, a nádí solar, simbolizada pelo vermelho sangue. Essas duas nádí, que representam os dois pólos opostos da manifestação, estão ativas no homem comum, ao passo que Sushumná, a via mediana, que tem a natureza do Fogo, está inativa e nela o prána não circula. Todas as nádí têm a origem no muladhara-chakra, de onde se elevam ramificando-se por todo o corpo. Mas Sushumná sobe direto até o topo da cabeça e desemboca no lótus de mil pétalas, enquanto Ida e Pingalá, uma partindo do testículo direito e a outra do testículo esquerdo, vão dar respectivamente na narina esquerda e na narina direita.

No entanto, essas duas nádí não seguem um caminho paralelo a Sushumná, mas se entrecruzam como as serpentes do Caduceu de Mercúrio, formando em cada vez junções, das quais a mais importante é a "confluência" que formam com Sushumná na altura do ájña-chakra, antes de continuar seu percurso em direção a cada narina.

Extraído do livro O Yôga, MICHAËL, Tara. Pág. 165. Ed. Zahar, Rio de Janeiro, 1976.

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