domingo, 4 de setembro de 2011

PRANAYAMA, AQUELA RESPIRAÇÃO....


Pranayama significa domínio sobre o prAna. Considerado o "abre-te sésamo" para a transcendência e libertação.

A RESPIRAÇÃO DEVE SER NASAL

Dos mamíferos, o homem é o único que, por deploráveis maus hábitos, respira pela boca. Respiração errada. O nariz foi feito esta coisa importantíssima que é respirar.

Os que respiram pela boca são permanentemente mais sujeitos às infecções por germes do ar. O nariz é um filtro contra poeiras. Graças à acção bactericida, livra-nos de invasores. É também um radiador natural que aquece o ar frio do inverno, antes de chegar aos pulmões.


O DIAFRAGMA E A RESPIRAÇÃO DIAFRAGMATICA

No mecanismo respiratório, o músculo que separa o tórax do abdomen desempenha papel importantíssimo. Poderá observar como o abdomen sobe e desce ao ritmo respiratório. Funciona o diafragma como uma membrana. Quando desce, o abdomen, arrasta consigo a base do pulmão, aumentando o seu volume internor. Isto é a inspiração.

Na expiração, realiza-se o contrário; o diafragma, levantando-se, comprime os pulmões, expulsando o ar. Este mecanismo, tão bonito e tão sadio, com a vida sedentária, vai-se deteorando, até quase desaparecer na maioria das pessoas. É como se o diafragma morresse aos pouquinhos. Restaa respiração com a parte superior dos pulmões. O yogi inspira projetando discretamente a barriga, puxando para baixo o diafragma, enchendo, assim, a base do pulmão, que é a zona mais rica em alvéolos, portanto a mais importante para a economia vital.

A morte do diafragma paralisa a movimentação da parede abdominal. Esta, por falta de exercícios, definha, não sustentando as víceras, que se dilatam e caem pela acção da gravidade. .

A respiração promove no organismo um tesouro de benefícios decorrentes da massagem automática e natural beneficiando os órgãos internos e as glândulas. No caso dos intestinos, é particularmente benéfica, curando a prisão de ventre, contribuindo para livrar o organismo das massas putrefactas.

ACTIVIDADE DO DIAFRAGMA

Sentado, deitado, ou em pé, tendo previamente esvaziado os pulmões, movimente a barriga para diante e para trás sob a ação do diafragma. Deve manter sua atenção no exercício. Evite a prática se o estomago estiver cheio. Para maior facilidade, de pé, incline o tronco um pouco para frente, apoiando as mãos nas coxas um pouco acima dos joelhos.


Expulse todo o ar, ajude puxando o músculo para cima e comprimindo a musculatura abdominal, o que será conseguido com o encolher ao maximo o abdomen como que desejando encostar o umbigo às costas.

Deite-se sobre as costas, encolha as pernas, conservando os joelhos altos, os pés afastados. Descanse a mão sobre o abdomen, afrouxando todos os músculos. O abdômen deve estar retraído ao máximo conservando-o até que se sinta "impulsionado" a inspirar, quando então o abdomen irá expandir-se. Agora solte-o e deixe o ar entrar, elevando-o e arrastando o diafragma, que por sua vez puxa a base do pulmão, e dessa forma o ar que entrou pelas narinas vem encher este órgão.

"Durante o processo, o abdômen é o único que se movimenta, já que o peito permanece praticamente imóvel. Mas este movimento do abdômen, repetimos, quando se consegue fazer corretamente o exercício, não é a própria pessoa (eu consciente) quem dirige e aciona. É obra exclusiva do diafragma (mente instintiva), o qual o praticante deve limitar-se a seguir com atenção em sua natural, livre e espontânea movimentação. Em realidade, não é a pessoa quem faz o exercício respiratório, mas é a própria vida que nele respira, limitando-se a pessoa a permitir, observar e seguir com atenção o processo natural de respirar que em seu interior tem lugar." (A. Blay, "Hatha Yoga"; Editorial Ibérica, s.a.; Barcelona.)

Esse exercício pode ser realizado sem restrições. Qualquer pessoa sadia ou enferma, jovem ou idosa, pode praticá-lo e na dosagem que desejar. Para os melhores resultados, deve o praticante observar que:

a) Às narinas não cabe puxar o ar. Se há alguma solicitação do ar, esta cabe àquela área posterior ao nariz e anterior à faringe, lugar aproximado da glândula pituitária. O nariz é a entrada natural do ar, pois é adaptado para filtrá-lo, purificá-lo e aquecê-lo. A respiração pela boca, só em raros exercícios. Mas no exercício presente o nariz serve apenas de passagem.

b) A respiração deverá ser efectuada sentado para maior proveito.

c) Sua atenção alerta e ininterrupta deve acompanhar a suave e profunda ondulação do ventre, o entrar-e-sair do alento. Cada vez que inspirarmos (puraka) devemos mentalizar o prana, que é vida, paz, saúde, energia, alegria, enfim, tudo de que precisamos para sermos felizes.

d) Bem dissemos que a atenção deve acompanhar, pois o praticante somente experimentará as sensações de descanso, liberdade, espontaneidade, leveza, alegria e paz se se abandonar à vida que nele penetra, sem interferir voluntariamente no processo. Deve deixar que a respiração, vinda do plano profundo do eu, chegue à superfície e se harmonize no plano consciente.

e) Esta pratica lhe será proveitosa:
1) no relaxamento; 2) ao deitar-se para dormir; 3) nos momentos de tensões e conflitos emocionais; 4) quando se sentir mentalmente cansado; 5) na fase preparatória de qualquer trabalho intelectual.

Efeitos fisiológicos: repouso geral, especialmente para os sistemas nervosos cerebrospinal e vago-simpatico; perfeita irrigação sanguinea; regularização de todas as funções vegetativas, com a mais profunda pranificação do corpo sutil.


RESPIRAÇÃO COMPLETA

Estamos agora em condições de aprender e praticar a respiração completa. Nesta forma de respirar, todos os níveis da personalidade participam, desde os planos mais profundos aos superficiais. Agora, voluntariamente actuando com os músculos respiratórios, o praticante vai fazer o pulmão trabalhar na sua total capacidade.

Execução. - Pode ser descrita em três fases. Na primeira, é abdominal ou diafragmática, portanto, quando perfeita, deve ser automática, espontânea e nela a mente e a vontade apenas figuram como testemunhas. As duas outras, ao contrário, são fases voluntárias, quer dizer, mentalmente comandadas.

Deve-se praticar sentado, com a coluna vertebral nas suas curvaturas naturais, o que se consegue mantendo o tronco erecto. Assim, com todo o corpo relaxado permaneça sem ar por alguns segundos, como que criando a necessidade de inspirar. Depois comece.

1a fase - Respiração abdominal. - Aproveite o impulso que vem de dentro, liberte o abdômen que vai para frente, deixe entrar livremente o ar, o qual acentua o movimento abdominal. Com isto ficará cheia toda a base pulmonar.

2a fase - Respiração mediana. - Tendo o ar preenchido a base do pulmão, devera encher-se agora a parte media, e isso será facilitado com o alargamento das costelas de parte mediana do tórax, num aumento lateral do volume torácico. Exercite-se colocando as mãos nas costelas e procure sentir que elas se alargam.

3a fase - Respiração subclavicular. - Depois de bem alimentadas de ar a base e a parte media, resta fazer o mesmo com o topo do pulmão o que se consegue erguendo suavemente os ombros. Ao mesmo tempo, o abdômen, que permanecia avançado, volta à sua posição normal.

A expiração faz-se de maneira inversa, como que esprememos a esponja pulmonar, de cima para baixo. Para isto, solte inicialmente a pressão reinante no topo, depois na parte media e, finalmente, pela contração e sucção abdominal, expila todo o ar.


Quando perfeita, a inspiração é lenta, uniforme, ininterrupta e de harmoniosa ondulação que, a partir do ventre, movimenta todo o tronco. O mesmo se pode dizer da expiração.

Efeitos fisiológicos - Massageando o coração, rejuvenesce-o e o estimula; evita a prisão de ventre; equilibra o sistema endócrino; vitaliza o nervoso; desenvolve e tonifica todo o aparelho respiratório; melhora o funcionamento do estomago, vesícula, panreas, baço, rins e fígado. Melhora a qualidade do sangue pela maior eliminação do gás carbonico e absorção de oxigênio, beneficiando o estado de todos os órgãos e tecidos, desenvolvendo sensivelmente a resistência e a defesa orgânica, aumentando notavelmente a energia.

Efeitos psicológicos - Aumenta a energia psíquica. Desenvolve autoconfiança, autodomínio e entusiasmo para viver. Proporciona qualidades psicológicas invulgares não só como decorrência das melhores fisiológicas, como também porque proporciona uma bem maior assimilação de prana com mais completo aproveitamento de suas riquíssimas possibilidades. Pela tranquilização da mente, pela purificação dos nadis e pela ativação dos chakras, é caminho para as mais sublimes conquistas espirituais.

Atitude mental - Ao tomar a posição para o exercício, esteja convencido de que vai harmonizar-se com a Fonte de Vida, com o Alento Cósmico, que tudo mantém. Não pense como o homem comum que respirar é somente oxigenar o sangue. É muito mais que isso. É pranificar-se. Nas primeiras tentativas, concentre-se sobre os movimentos musculares acima descritos, mas, logo que estes se fizerem correta e espontaneamente, concentre-se no prâna e naquilo de bom que a respiração lhe oferece. Durante a inspiração, visualize tão nitidamente quanto puder que é invadido por multidões de minúsculas bolinhas diamantinas e luminosas que lhe trarão benefícios mentais, psíquicos e fisiológicos; sinta-se como bebendo na fonte da vida. Terminada a inspiração, conceba na imaginação que todo aquele prana se espalha pelo corpo, fixando-se em toda a parte, vivificando tudo. Ao expirar, convença-se de que lança fora toda a impureza, toda a fraqueza, toda a causa de sofrimento e inferioridade.

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