terça-feira, 20 de março de 2012
terça-feira, 13 de março de 2012
Características da respiração Yogi
1) Profunda. A respiração yogi é ampla, utilizando a totalidade da capacidade pulmonar. Respirar profundamente significa usar a estrutura ósseo-muscular do tronco para optimizar a assimilação do ar. Ao respirar, toda a musculatura do tronco participa do processo, porém, nunca devemos elevar nem movimentar os ombros.
2) Completa. Isso significa que devemos utilizar as três fases da respiração em cada exercício que fazemos: abdominal, intercostal e clavicular. Observe sempre que os pulmões devem encher-se primeiramente na parte baixa, logo na parte média e finalmente na parte alta, esvaziando-se de forma inversa.
3) Consciente. Durante o pránáyáma procure sempre estar presente no exercício que estiver fazendo, observando a cada instante os efeitos que a técnica está desencadeando dentro de si. Sem consciência não há concentração possível.
4) Ritmada. Tudo é ritmo na Natureza; nós não somos a excepção. A cadência é extremamente importante, pois é o que nos permite projectar o exercício no tempo. Existe uma estreita relação entre o ritmo e os estados profundos da consciência: mantendo um ritmo cadenciado conseguiremos tirar muito mais proveito dos exercícios.
5) Controlada. Precisamos evitar ficar sem fôlego. Caso sinta que está perdendo o domínio por não conseguir acompanhar a contagem dos tempos estabelecidos, opte por reduzir esses tempos, para conseguir manter o ritmo de acordo com a sua capacidade pulmonar individual.
6) Uniforme. Em nenhum momento devemos permitir que o fluxo de ar se interrompa ou que se altere a sua assimilação progressiva. Em outras palavras, devemos encher os pulmões de forma gradual e constante, sem dar arrancadas bruscas no início da inalação ou fazer força excessiva para expulsar o ar.
7) Lenta. A respiração deve ser tão lenta quanto for possível. Considere que durante o pránáyáma ela deve ser ainda mais lenta que a de uma pessoa que dorme. Trabalhe no sentido de torná-la cada vez mais pausada. Com a prática, você perceberá que poderá alterar não apenas o ritmo pulmonar, mas também o ritmo cardíaco à sua vontade.
8) Silenciosa. Também devemos esforçar-nos por manter o ar fluindo da forma mais silenciosa possível. Para ter uma idéia disto, considere que ninguém além de você deve ouvir a sua respiração durante a prática. Atenção obviamente às excepções: bhastriká, bhrámarí e ujjayí.
9) Nasal. Os cílios das narinas filtram as impurezas que estão em suspensão no ar. Ao inspirar pela boca, você permite que elas entrem directamente nos pulmões, o que pode provocar diversos males. Esta é a pior maneira de respirar, evite-a a qualquer preço. São raros os pránáyámas que a utilizam: apenas shítalí e sítkárí, com o único objetivo de aliviar a sensação de calor, cansaço, fome ou sede.
10) Com a mínima projecção do ar. A compreensão do conceito de comprimento do alento é fundamental para atingir a perfeição na respiração yogi. O comprimento do alento é aquela distância à qual podemos perceber o ar que sai pelas fossas nasais. Coloque a sua mão alguns palmos abaixo das narinas. Se você exalar com força sentirá o sopro chegando nela. Expirando com a mínima projeção do alento o fluxo do ar será imperceptível, mesmo mantendo a mão bem perto do nariz. Quanto menor for essa projecção, maior será o controle do prána. Para sentir mais facilmente o ar na palma da mão, sugerimos humedecê-la.
terça-feira, 6 de março de 2012
Alimentação
"Somos aquilo que comemos". Os alimentos podem tanto ajudar como prejudicar o desenvolvimento físico, mental e espiritual.
A bioquímica dos alimentos interfere na bioquímica dos nossos corpos, influenciando o sistema endócrino, o sistema nervoso e o cérebro - que são os responsáveis pelas tendências mentais ou instintos. Quando esses instintos não são controlados, a mente fica perturbada. Assim, para mantermos a calma e o equilíbrio mental, os alimentos ingeridos devem ser cuidadosamente seleccionados.
No Yoga, os alimentos estão classificados em três categorias principais:
Subtis (puros)
benéficos para a mente e para o corpo
• Vegetais (excepto cebola, alho e cogumelos)
• Frutas
• Leguminosas
• Algas
• Cereais (trigo, arroz, etc...)
• Frutos secos e sementes
• Leite e derivados (de origem biológica)
• Sal, açúcar, ervas aromáticas, especiarias
• Óleos vegetais, vinagre, mel
Mutativos (activos)benéficos para o corpo e neutros para a mente, ou vice-versa
Chá (com teína) e Café
• Chocolate
• Bebidas gaseificadas
• Malagueta vermelha
• Especiarias em excesso
• Medicamentos
Estáticos (inertes)
prejudiciais para o corpo ou mente
• Carne
• Peixe
• Ovos
• Produtos com derivados de animais (gorduras, gelatinas, etc)
• Cebola, alho e cogumelos
• Alcool, tabaco e outras drogas
• Comida estragada
• Comida em excesso
"Tanto quanto possível, devemos optar por alimentos provenientes de seres que tenham a consciência menos desenvolvida. Isto significa que se os vegetais estiverem disponíveis, os animais devem ser poupados. Além disso, em qualquer caso, antes de matar um animal, quer ele tenha consciência desenvolvida ou não, deve-se considerar se seria possível viver com um corpo saudável sem eliminar tal vida".
Fonte: Um Guia para a Conduta Humana (Shrii Shrii Anandamurti)
O estado mental em que nos alimentamos também é importante. Alguns aspectos a ter em conta:
• Quando formos comer algo, lembrar que todos os alimentos são uma expressão da Consciência Cósmica
• Comer apenas quando estamos calmos e relaxados. O corpo físico é influênciado pelas emoções, a digestão é prejudicada quando somos dominados por sentimentos negativos. O meio-banho e alguns minutos de meditação antes das refeições são práticas muito benéficas.
• Comer nos horários apropriados para o efeito e evitar estar sempre a petiscar durante o dia, pois o nosso sistema digestivo precisa de descanso.
• Sempre que possível, comer na companhia de outras pessoas.
• Mastigar bem os alimentos. A digestão começa na boca com a saliva.
• Evitar ao máximo alimentos processados ou industrializados.
• Beber água regularmente entre as refeições, mas não durante as mesmas.
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